10 perguntas a Gonçalo Caseiro (Técnico Alumni)

A Técnico Alumni é uma plataforma que permite aos antigos estudantes do Instituto Superior Técnico reconectar, reviver e relembrar os seus tempos no Técnico através do acesso a uma rede de contactos com outros Alumni. É no contexto das atividades desta plataforma que surge a entrevista a Gonçalo Caseiro, ex-aluno do DEI, que hoje republicamos na íntegra.
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O Gonçalo Caseiro tirou o curso de Engenharia Informática e de Computadores (pré-Bolonha). É consultor e especialista em inovação e transformação digital e fundou a empresa GConsulting, que desenvolve projetos na área da modernização e transformação tecnológica. Distinguido pelos Portugal Digital Awards enquanto Best Digital Leader 2020, Gonçalo é também membro do Conselho Geral da AESE Business School.
O seu percurso profissional iniciou-se na consultora Accenture, onde trabalhou durante 6 anos, no entanto, o seu sentido de dever público e a vontade de contribuir para a modernização do país conduziram-no ao Conselho de Administração da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e, posteriormente, ao Conselho de Administração da Entidade Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP). Ocupou ainda o cargo de Senior Expert da Comissão Europeia, até assumir as funções de administrador da Imprensa Nacional – Casa da Moeda, instituição onde acabou por desempenhar o cargo de Presidente do Conselho de Administração. Participou ainda nos programas Simplex, na renovação das Lojas do Cidadão e na implementação de estratégias de eGovernment transversais ao Estado Português.
É convidado frequentemente para comentar temas relacionados com a inovação, digitalização e simplificação de processos. Amante da leitura, Gonçalo gostava de dedicar mais tempo ao estudo de temas que o interessam e conseguir manter, de forma cada vez mais eficaz, o equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional.
- Porquê o Técnico?
Um dia, um professor da escola secundária, percebendo que eu não tinha planos nem pensava ainda no ensino superior, teve o cuidado de me sensibilizar para a importância de continuar a estudar e aprofundar os meus conhecimentos. Fica aqui o meu agradecimento público ao professor Bruno Santiago Correia que, além de ser um excelente profissional, tinha um grande carinho e dedicação para com os seus alunos, conseguindo sempre incentivá-los e orientá-los de acordo com as suas competências, talento e criatividade.
Agora à distância, consigo perceber a importância de vários professores na minha vida. É uma das profissões mais nobres, de grande responsabilidade e que contribui não só para o talento que existe em Portugal, mas também para a formação pessoal de cada um e de todos em sociedade.
A escolha pelo Instituto Superior Técnico deveu-se ao seu prestígio e excelente ensino, bem como ao facto de ser uma das instituições de referência na minha área de formação.
- O que mais leva dos seus tempos de Técnico, nas aulas ou fora delas?
As amizades que ficam para toda a vida. No Técnico aprendemos a ser líderes, mas acima de tudo a cuidar daqueles que estão ao nosso lado e a ter um grande sentido de grupo, o que leva a uma enorme união entre os alunos e, principalmente, uma ótima amizade. São aprendizagens que seguem para a nossa vida profissional.
Destaco ainda a exigência e o rigor praticados nas aulas e que me trouxeram as ferramentas necessárias para o profissional que sou e para o desempenho de todas as funções que ocupei até hoje.
- No Técnico, teve alguma figura inspiradora? Quem e porquê?
Várias figuras inspiradoras, não só de professores, mas também de colegas.
No que respeita aos professores, são várias as referências, mas há duas em particular que gostaria de destacar: o Professor José Tribolet e o Professor José Alves Marques, ambos ligados à Engenharia Informática.
- Pode falar-nos um pouco sobre o início do seu percurso profissional?
O meu percurso profissional iniciou-se na consultora Accenture onde, durante seis anos, integrei vários projetos de diferentes empresas, experiências que me proporcionaram conhecimentos alargados em diversas áreas de negócio. Foram anos de muito trabalho, mas que me deram uma grande bagagem para os desafios que surgiram ao longo da minha carreira, que envolveram sempre inovação, tecnologia e criatividade. A Accenture é uma das consultoras mais conhecidas a nível mundial e com um papel fundamental na modernização das empresas com quem trabalha. Toda esta experiência na área da transformação digital foi essencial para os desafios com que fui confrontado anos mais tarde.
- Como é que entrou na área profissional em que está agora?
Depois da Accenture, o meu sentido de dever público e a vontade de contribuir para a modernização do meu país conduziu-me ao Conselho de Administração da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e, posteriormente, ao Conselho de Administração da Entidade Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP).
Ocupei ainda o cargo de Senior Expert da Comissão Europeia, até assumir as funções de administrador da Imprensa Nacional – Casa da Moeda, instituição onde acabei por desempenhar o cargo de Presidente do Conselho de Administração, pelo mandato de quatro anos, até novembro de 2021.
Neste momento, sou membro do Conselho Geral da AESE Business School e fundei uma empresa de consultoria, a GConsulting, que desenvolve projetos nesta área da modernização e transformação tecnológica.
- Quais têm sido os grandes desafios da sua carreira?
Sem dúvida contribuir, através do meu know-how, para facilitar processos e reduzir a burocracia no nosso país, com impacto na vida dos cidadãos. Este sentido de dever público vai acompanhar-me ao longo de toda a minha carreira. Espero continuar a ter a capacidade de ajudar Portugal ou outros países no caminho que ainda falta percorrer na área da transformação digital e desburocratização.
- Quais são os seus planos para o futuro?
Ao longo da minha carreira tenho sempre encontrado tempo para conciliar a minha vida pessoal com a profissional, mas gostaria de conseguir continuar a fazê-lo de uma forma mais eficaz, dedicando mais tempo a estudar alguns temas que me interessam. A aprendizagem contínua é fundamental para nos mantermos atualizados e sermos inovadores nas nossas profissões. Gostava também de ter mais tempo para ler e viajar, uma forma de abrir horizontes e repor energias.
- O que o faz ter orgulho em ser um alumnus do Técnico?
Tenho um grande orgulho em ter sido aluno do Técnico e uma grande admiração pelo trabalho de investigação realizado por esta prestigiada Universidade. É uma instituição de ensino de primeira linha mundial e que contribui para a competitividade do país. Tenho o privilégio de fazer aquilo que gosto e isso em muito se deve à formação que recebi.
- Que conselhos daria aos estudantes atuais?
Que aprofundem os seus conhecimentos para conseguirem entrar no curso que pretendem e, posteriormente, que aproveitem tudo o que a Universidade lhes pode oferecer, uma aprendizagem que seguirá com eles para o resto da vida. Que se foquem nas suas carreiras, mas não desistam do nosso país.
- De que mais se orgulha na sua vida?
Das oportunidades que tive, de ter influenciado políticas públicas para resolver problemas de cidadãos e empresas, essencialmente no desenho e implementação de estratégias interministeriais de simplificação administrativa e redução de burocracia. Destaco a minha participação nos programas Simplex, na renovação das Lojas do Cidadão e implementação de estratégias de eGovernment transversais ao Estado Português.
Também tenho muito orgulho em ter contribuído para a criação do maior prémio português de inovação nas áreas de engenharia – o Prémio IN3+.
(imagem original: Gonçalo Caseiro)