Bytes de Brilho: alunas excepcionais na Engª Informática e de Computadores

Temos uma nova rubrica, na qual alunas do DEI, que se distinguiram, respondem a algumas perguntas sobre si e o seu percurso em engenharia informática e de computadores.

Nesta primeira edição entrevistámos a Maria Campos, uma das galardoadas com uma das E-REDES Top Women Scholarship em 2023.

Fala-nos um pouco sobre ti e do teu percurso no IST.

O meu nome é Maria Campos, tenho 22 anos e ingressei no IST no ano letivo de 2019/2020 em Engenharia Informática e Computadores. Desde aí, completei a licenciatura e estou agora no último ano de mestrado a fazer a tese na área de Visualização de Informação. Penso que a minha motivação para a Informática tenha começado quando tinha dez anos e andava a brincar com o terminal de comandos do Sims 2 para modificar aspetos do jogo.

O que significou pessoalmente ganhar este prémio?

Pessoalmente, foi o reconhecimento de vários anos de contínuo esforço e dedicação ao meu percurso académico. Para além disso, o facto de eu ser neta de duas avós que não tiveram oportunidade de ir à escola e poder, atualmente, conseguir este prémio representa, para mim, uma prova das vitórias da contínua luta pela igualdade de género.

Porque é que prémios como este são importantes?

Prémios destes são importantes para reconhecer as futuras engenheiras do país e motivar mais mulheres a seguirem carreiras na ciência.

Na tua opinião (além de prémios ;) ), o que pode e deve ser feito para atrair mais mulheres para a ciência?

Penso que este trabalho começa muito na infância. Existe este paradigma, que cada vez é mais questionado, de brinquedos de menina e de menino. Tipicamente, os brinquedos de menina não envolvem campos científicos. Acho que desencorajar a ideia de que certos brinquedos ou atividades são exclusivos para meninos ou meninas, dá liberdade às crianças de explorar diversos interesses e, com certeza, mais meninas se sentirão motivadas a seguir carreiras na ciência. Destacar, também, exemplos de mulheres de sucesso na ciência, penso que também seja importante, visto que, especialmente do século XX para trás, as histórias destas mulheres muitas vezes não são contadas.

Tens algum conselho para futuras alunas de Engenharia Informática e Computadores do Técnico?

É uma jornada difícil, especialmente para uma aluna, que sabe que vai entrar num curso predominantemente masculino. Porém, é uma jornada que vale a pena e irão encontra colegas, raparigas e rapazes, fantásticos e talentosos e sempre prontos a ajudar. Diria que é fundamental não ter medo de lhes pedir ajuda e partilhar dúvidas. E se alguma vez vos disserem que não é possível, lembrem-se que a primeira pessoa a programar foi a Ada Lovelace ;)

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