Nesta edição da Bytes de Brilho entrevistamos a Laura Muliar, vencedora da MIUP 2024.

Fala-nos um pouco sobre ti e do teu percurso no IST.

Chamo-me Laura e sou estudante do 1º ano de Licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores no Técnico.

Ao longo dos últimos anos participei em competições de informática e matemática.

Foi graças à programação competitiva, e o gosto pela programação que esta me deu, que escolhi o curso em que estou.

Gosto de superar dificuldades, de superar os meus limites, desafiar-me e aprender mais, algumas das razões pelas quais faço olimpíadas.

O que significou pessoalmente ganhar esta competição?

Diverti-me muito nesta competição. É uma competição diferente das que tinha participado por ser em equipa e não individual e já estava bastante familiarizada com os outros dois elementos da minha equipa Cod(e)fichers: participei em diversas olimpíadas com o Tiago Sousa (Eng. Biológica) e este ano fui às IOI (Olimpíadas Internacionais de Informática) com o Miguel Pereira.

Penso que nós fizemos um ótimo trabalho, entreajudámo-nos e fomos eficientes a resolver os problemas propostos.

Ganhar esta competição mostrou-me que o treino, dedicação e esforço dão resultados.

Estou motivada para continuar a treinar e competir na fase seguinte desta competição, a SWERC.

Porque é que competições como esta são importantes?

Competições como esta são importantes a vários níveis.

Permitem a realização pessoal. Pessoalmente, quando participo, sinto que sou capaz.

Motivam-me para crescer e aprender para ser ainda melhor.

Dão a conhecer e criam uma comunidade de pessoas interessadas em ciência para além daquilo que é ensinado normalmente. Neste caso, algoritmia, programação e até tecnologia.

São pessoas unidas por um gosto.

Desenvolvem o pensamento crítico e a resolução de problemas. Curiosamente, os problemas de programação competitiva costumam ter enunciados sobre problemas peculiares da vida real.

Na tua opinião, o que pode e deve ser feito para atrair mais alunos e alunas para a Engenharia Informática e de Computadores no Técnico?

Na minha opinião, informática é uma área extremamente interessante, mas muitos alunos nunca tiveram em contacto com ela.

Considero que se tem de criar maiores oportunidades para o envolvimento com esta

tecnologia. Como?

• Dinamizando mais competições como o Topas, Bebras, ONI (Olimpíadas Nacionais de Informática). Infelizmente, há pouca contribuição nesse aspeto. A existência de todas estas competições em Portugal deve-se muito ao professor Pedro Ribeiro da FCUP.
• Divulgando muito mais as já existentes, pois estas podiam ter muita mais participação se os alunos soubessem da sua existência.

Como exemplo, no ano passado, no Bebras (uma competição para alunos desde o 3º ao 12º ano) participaram 683 escolas, enquanto que em Portugal, só escolas básicas, existem 4000.

Isto também se aplica a atividades feitas para ensinar e dar a conhecer, como clubes de programação em escolas, aulas extracurriculares como as organizadas pelo AfterSchool da TreeTree2 e coisas mais pontuais e com um extenso público alvo, tal como a maior aula de programação do mundo organizada pelo Técnico.

Através destas atividades, os alunos têm um cheirinho de informática e sabem do que estar à espera no curso desta engenharia.

Tudo isto dá experiência e possivelmente gosto, como foi no meu caso.

Tens algum conselho para futuras alunas de Engenharia Informática e Computadores do Técnico?

Não, ainda estou na fase de pedir conselhos e não os dar. 😅