Bytes de Brilho: alunas excepcionais na Engª Informática e de Computadores

Nesta edição da Bytes de Brilho entrevistamos a Raquel Rodrigues, vencedora do Prémio de Mérito NTT DATA em Aprendizagem 2024/2025.

Fala-nos um pouco sobre ti e do teu percurso no IST.

O meu nome é Raquel Rodrigues, tenho 20 anos e sou estudante de Engenharia Informática e de Computadores, atualmente no terceiro ano de licenciatura. Já no secundário sonhava em estudar no Técnico e, por isso, considero-me bastante sortuda por poder dizer que esta é a minha faculdade. No segundo ano, juntei-me ao departamento de Software do PSEM, um núcleo de estudantes, e, neste momento, encontro-me no processo de decidir que unidades curriculares quero seguir no mestrado, o qual pretendo fazer também em Engenharia Informática.

O que significou pessoalmente ganhar esta competição?

Ganhar este prémio em conjunto com a minha colega Leonor Figueira foi uma recompensa indescritível que refletiu o trabalho incansável que realizámos ao longo de várias semanas. Como aluna que sempre se esforçou para dar o seu melhor em tudo, este reconhecimento é prova disso mesmo e demonstra que o tempo e atenção que investimos na nossa educação dão os seus frutos.

Por outro lado, além de ter sido uma grande oportunidade de aprendizagem, e de nos forçar a sair da nossa zona de conforto, será uma mais-valia no currículo, o que contribuirá para a minha progressão académica.

Porque é que prémios como este são importantes?

Creio que a importância destes prémios consiste no reconhecimento do potencial dos alunos e no desafio em si, o qual nos encoraja a pôr em prática o que aprendemos ao longo das aulas e a ir um passo à frente. Para aqueles que aceitam o desafio, a experiência acaba sempre por ser valiosa dada a sua exigência tanto de capacidades técnicas como de “soft skills” (a última fase deste prémio consiste em realizar uma apresentação ao Júri), pelo que se apresenta como uma excelente oportunidade de crescimento.

Noutra vertente, acredito que contribui para espicaçar o entusiasmo dos estudantes pela área onde virão futuramente a trabalhar e onde a competitividade será um fator determinante.

Na tua opinião (além de prémios ;) ), o que pode e deve ser feito para atrair mais mulheres para a ciência?

Do meu ponto de vista, se queremos atrair mais mulheres para a ciência, temos de garantir que há uma maior exposição a esta área desde cedo, no ensino básico e secundário. Eu, por exemplo, comecei a aprender programação no 12º ano, na disciplina de Aplicações Informáticas B, o que considero ser já um pouco tarde para ajudar os alunos a perceber se gostariam de seguir um curso em informática, especialmente sabendo que é uma disciplina opcional. É crucial que haja algum tipo de contacto com a engenharia através de iniciativas como o programa do IST “Engenharia  e Ciência vão à Escola”, ou mesmo um currículo escolar que inclua atividades práticas neste sentido que façam os alunos pensar: “Este pode ser o meu futuro”.

Sendo um setor dominado por homens, a tendência é haver uma percentagem reduzida de raparigas que consideram uma carreira nesta área como apelativa, uma vez que é mais difícil encontrar uma personalidade feminina com a qual se possam identificar. Contudo, tenho a certeza que, ao ouvir histórias de sucesso e de excelência de diferentes alunas e mulheres nesta área, mais raparigas serão inspiradas a seguir os seus passos e enveredar por este caminho. É por esse motivo que acredito que é realmente importante reconhecer e divulgar esses feitos e testemunhos. Eventualmente terá um efeito bola de neve e poderemos ter uma representação mais equilibrada.

Tens algum conselho para futuras alunas de Engenharia Informática e Computadores do Técnico?

Deem o vosso melhor e não se vão arrepender de nada. Se aparecer uma oportunidade ou desafio fora da vossa zona de conforto, enfrentem-no mesmo que tenham medo ou receio porque se nunca tentarem, não vão chegar a lado nenhum. Por outro lado, se tentarem, saem sempre com uma nova experiência que contribui para o vosso crescimento pessoal e académico, mesmo que não consigam aquilo de que estavam à espera.

Além disso, aconselho a rodearem-se por pessoas com objetivos semelhantes que vos inspirem sempre a melhorar e a dar mais, e não negligenciem a vossa saúde e bem-estar, é importante encontrar um equilíbrio entre vida académica e pessoal.

Dito isto, não se esqueçam: acima de tudo, devem sempre crer em vocês próprias.

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