Nuno Lopes, professor do Departamento de Engenharia Informática (DEI) e investigador em Arquiteturas e Sistemas de Computação de Alto Desempenho no INESC-ID conquistou duas bolsas de investigação: uma da Google, no valor de 35 mil dólares, para financiar um novo projeto na área de compiladores, e outra da Woven Alpha (uma subsidiária da Toyota), no valor de 30 mil dólares.

O docente, que desenvolve a sua pesquisa na área dos compiladores (programas de computador que traduzem código em linguagem de programação) para ver se estes funcionam corretamente, reconhece a importância do seu trabalho para a indústria. “É uma área da informática muito importante porque queremos que o software seja escrito em linguagens cada vez de mais alto nível, de forma a aumentar a produtividade dos programadores, mas também para permitir que não programadores façam pequenos programas”, acrescentando ainda que estas bolsas servem, justamente, para incentivar a investigação na área de compiladores.

No caso da Google, refere Nuno Lopes, que o objetivo é “melhorar a interoperabilidade entre C++ e Rust (duas linguagens de programação). O Rust é uma linguagem nova, mais segura do que o C++. Por outro lado, é impossível reescrever todo o código C++ que existe”, indicando que o que se pretende investigar é a melhor forma das bibliotecas desenvolvidas em ambas as linguagens poderem trabalhar de forma mais fácil e segura, em conjunto.

Já o financiamento da Woven Alpha vai financiar um projeto que Nuno Lopes lidera há vários anos – Alive2 – “que consiste em verificar se um compilador está correcto”, refere. A Toyota utiliza atualmente o compilador suportado pelo Alive2 “para compilar o código para os carros, pelo que eles querem garantir que o código gerado está correcto”, de modo a evitar acidentes por eventual anomalia no compilador, por exemplo.

Nuno Lopes realça a importância destas bolsas, dado que ingressou no mundo académico e no Técnico apenas em janeiro de 2022 e “estas bolsas permitem ter um fundo de maneio para arrancar com as atividades” de investigação no Técnico, como contratar alunos e fazer a aquisição de equipamentos necessário para os respetivos projetos de investigação.