10 perguntas a Gonçalo Montalvão Marques (Técnico Alumni)

A Técnico Alumni é uma plataforma que permite aos antigos estudantes do Instituto Superior Técnico reconectar, reviver e relembrar os seus tempos no Técnico através do acesso a uma rede de contactos com outros Alumni. É no contexto das atividades desta plataforma que surge a entrevista a Gonçalo Montalvão Marques, ex-aluno do DEI, que hoje republicamos na íntegra.

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Gonçalo Montalvão Marques concluiu o Mestrado em Engenharia Informática e de Computadores no Técnico em 2018, com especialização em Engenharia de Software e Sistemas de Informação Empresarial, tendo frequentado a Licenciatura no campus do Taguspark e o Mestrado na Alameda. Atualmente é Engenheiro Informático na Mercedes-Benz.io, com foco em desenvolvimento backend, onde, desde 2021, lidera a comunidade de prática de backend — que reúne mais de 80 engenheiros distribuídos por Lisboa, Braga, Berlim e Estugarda. Tem também assumido responsabilidades como coordenador de tópicos de Open Source dentro do grupo Mercedes-Benz. Participa regularmente como orador em feiras universitárias, eventos tecnológicos e meetups, tendo integrado várias edições do Técnico Alumni Mentoring Program, onde tem acompanhado e orientado diferentes estudantes enquanto mentor. Nos tempos livres, gosta de viajar, acompanhar o mundo do desporto, construir Legos, ler e passar tempo com a família e os amigos.

  • Porquê o Técnico? 

Sempre associei Engenharia ao Técnico, e reconhecia-lhe uma reputação de excelência, tanto a nível nacional como internacional. Por isso, acabou por ser uma escolha natural.

  • Pode falar-nos um pouco dos seus estudos no Técnico? 

Fiz a Licenciatura no campus do Taguspark e o Mestrado na Alameda. Beneficiei do melhor de dois mundos — o ambiente mais familiar e focado do Taguspark, que quase fazia lembrar o ambiente do secundário, com uma relação muito próxima com os docentes e uma comunidade mais pequena. É um campus mais recente, com excelentes infraestruturas, desde os anfiteatros às salas de computadores e à biblioteca. Na Alameda encontrei uma dimensão diferente, com maior diversidade, mais cursos, mais gente — uma verdadeira experiência de vida universitária.

  • Como foi estudar no Técnico? 

Foi exigente, mas extremamente recompensador. O Técnico ensinou-me a ser resiliente, a manter o foco e a procurar soluções com pensamento estruturado. Houve momentos de dificuldade, claro, mas também uma grande sensação de superação e evolução.

  • Qual é a sua melhor recordação do Técnico? 

Sem dúvida, as diferentes festas da Santa Sebenta, os churrascos e as várias edições dos Arraiais do Técnico, cada um com memórias e momentos únicos. Uma das mais especiais foi regressar como alumnus e participar com uma barraca no Arraial com os meus amigos — uma experiência divertida e cheia de simbolismo.

  • Qual o seu lugar preferido no Técnico e porquê? 

É difícil escolher apenas um, mas talvez a biblioteca do Taguspark. Sempre achei um ótimo sítio para estudar — ambiente calmo, boas condições e bem equipada. Cheguei a ter amigos de outras universidades que escolhiam essa biblioteca para estudar durante os exames.

  • Como é que entrou na área profissional em que está agora? 

Foi completamente graças ao Técnico e à SINFO. A Mercedes-Benz.io esteve presente na edição de 2018 da SINFO, com uma banca onde estavam alumni do Técnico. Acabámos por conversar e criar logo empatia, o que me motivou a candidatar-me ao desafio técnico da empresa. O processo correu bem, e acabei por conseguir emprego ainda durante o último semestre do mestrado. Curiosamente, colegas meus da área de frontend também entraram da mesma forma — e continuam na empresa até hoje, com quem mantenho uma excelente relação.

  • Atualmente, como é um dia típico para si? 

O meu dia divide-se entre reuniões com a equipa, trabalho de desenvolvimento e momentos de troca de ideias técnicas. Na minha função paralela como responsável pela comunidade de prática de backend, as tarefas variam bastante, porém o foco está na promoção de iniciativas de partilha de conhecimento e capacitação dos engenheiros. Colaboro com várias áreas da empresa, apoiando processos como o recrutamento, o onboarding de novos colegas, as avaliações anuais e a definição e divulgação de boas práticas técnicas. Tento sempre manter um equilíbrio entre o trabalho focado no produto e o desenvolvimento contínuo da comunidade técnica onde me insiro.

  • Quais têm sido os grandes desafios da sua carreira? 

Engenharia Informática é uma área extremamente dinâmica e exige aprendizagem constante, atenção às novas tecnologias e uma mente aberta. A evolução rápida obriga a um esforço contínuo de adaptação. Um dos maiores desafios atualmente é compreender como a Inteligência Artificial irá moldar o nosso futuro profissional — e preparar-nos para isso.

  • Que conselhos daria aos estudantes atuais? 

Aproveitem ao máximo o tempo no Técnico. Participem nas feiras, nos núcleos, nos eventos, nas festas… em tudo o que vos desperte curiosidade. É uma fase exigente, mas também cheia de oportunidades, aprendizagens e memórias para a vida. Experimentem coisas fora da vossa zona de conforto — é aí que muitas vezes se aprende mais.

  • Tem uma citação ou frase favorita? 

Gosto muito da filosofia Kaizen — a ideia de que pequenas melhorias consistentes levam a grandes mudanças ao longo do tempo, tanto em processos como na vida pessoal. Uma das minhas frases favoritas é do Taiichi Ohno, pai do Sistema de Produção da Toyota: “Knowledge is something you buy with money. Wisdom is something you acquire by doing it.”

(imagem original: Gonçalo Montalvão Marques)

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