Nesta edição da série “Testemunhos” entrevistamos o André Duarte, vencedor do prémio SPARK.

Fala-nos um pouco sobre ti e do teu percurso no IST.

Tenho 24 anos e o meu percurso no IST foi um pouco fora do comum. Apesar de estar agora ligado à Engenharia Informática, tanto a licenciatura como o mestrado foram em áreas diferentes.  

Comecei por tirar a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica, um curso muito completo, mas que, pessoalmente, não me fascinou. Por isso, no mestrado optei por Ciência de Dados, um programa recente (tinha apenas um ano) que me atraiu pela sua flexibilidade. Permitia-me explorar disciplinas de Eletrotécnica, Informática e Matemática, algo que me entusiasmava. Foi uma mudança que, sem dúvida, não me arrependo de ter feito.  

Durante a dissertação, tive o meu primeiro contacto mais profundo com a área da Inteligência Artificial. Sob a orientação do Professor Arlindo Oliveira, trabalhei num projeto real para os CTT relacionado com o emparelhamento de endereços postais. Com o sucesso do projeto, fui convidado a integrar o INESC-ID como investigador durante um ano. Posteriormente, surgiu a oportunidade de ser Visiting Student na Carnegie Mellon University (CMU) durante dois meses. Foi uma experiência que me motivou a seguir para o doutoramento.  

Atualmente, estou no Dual Degree CMU Portugal (Programa de Engenharia Informática / PhD in Language Technologies), e estou prestes a terminar o meu primeiro ano.

O que significou pessoalmente ganhar este prémio?

Ganhar um prémio é sempre uma experiência especial, e este, sendo o primeiro na área académica, tem um sabor ainda mais marcante. Foi uma boa forma de concluir o projeto do DE-COP.

Por que é que prémios como este são importantes?

Penso que prémios e concursos têm dois papéis fundamentais: por um lado, incentivam a produção de trabalhos de maior qualidade; por outro, promovem o desenvolvimento de competências importantes, como a comunicação de ciência para audiências não técnicas, algo que sinto ser treinado com pouca frequência.

Na tua opinião (além de prémios ;) ), o que pode e deve ser feito para atrair mais alunos e alunas para a Engenharia Informática e de Computadores no Técnico?

Embora o curso já seja bastante procurado, penso que a atualização constante das Unidades Curriculares é fundamental para continuar a atrair talento. Em áreas em rápida evolução, como a Inteligência Artificial, é essencial que o currículo reflita os desenvolvimentos mais recentes, mantendo-se alinhado com as tendências globais. Ter uma oferta sólida e inovadora de UCs pode ser um grande atrativo para futuros estudantes.

Tens algum conselho para futuros alunos e alunas de Engenharia Informática e Computadores do Técnico?

Um conselho que aprendi ao longo do tempo (talvez um ditado popular ou algo que o meu avô dizia) é que "a sorte anda de mão dada com o trabalho". Acredito que o esforço e a dedicação constante acabam por abrir os caminhos que procuramos. Seja para alcançar prémios, um certo emprego ou qualquer outro objetivo, o essencial é trabalhar com empenho e, sempre que possível, encontrar prazer naquilo que se faz.